“Que tropas o almirante Garnier tinha para essa aventura maluca?”, questiona comandante do Exército sobre plano de golpe

 

Em entrevista, general Tomás Paiva rechaçou golpismo e enfatizou a distinção entre “indivíduos” e “instituição”, reiterando que as Forças Armadas são comprometidas com a legalidade

General do Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva (Foto: Ricardo Stuckert)

 

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247 – Nesta quinta-feira (21), em entrevista ao Estadão, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, se pronunciou sobre as recentes revelações feitas pelo tenente-coronel Mauro Cid em sua delação premiada à Polícia Federal. Cid alegou que o ex-presidente Jair Bolsonaro buscava o respaldo das Forças Armadas para um possível golpe de Estado após perder a eleição presidencial do ano passado, e que o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria apoiado a ideia em conversas privadas.

Diante dessas alegações, o general Tomás Paiva expressou sua surpresa em relação ao envolvimento da Marinha nessa suposta conspiração. Ele questionou: “A Marinha embarcou? Não. E que tropas ele (Garnier) tinha para essa aventura maluca?” O comandante do Exército criticou a ideia de um golpe militar nos tempos atuais, chamando-a de “extemporânea” e fora de sintonia com as práticas democráticas globais.

Paiva enfatizou a distinção entre “indivíduos” e “instituição”, reiterando que as Forças Armadas são comprometidas com a legalidade e a institucionalidade, e que o erro do Exército nos atos golpistas de 8 de janeiro foi um “ponto fora da curva”. Ele destacou que em Minas Gerais e no Pará, onde a Justiça ordenou a desmobilização, a ordem foi prontamente cumprida.

O general também expressou a urgência do Exército em ver as investigações concluídas e as decisões judiciais tomadas, a fim de afastar a percepção de que as Forças Armadas estariam envolvidas em tentativas de golpe. Ele afirmou que as Forças Armadas não são um poder moderador, mas sim uma ferramenta do poder político para garantir a segurança do país.

Tomás Paiva admitiu estar ansioso para “virar essa página” e cumprir a função constitucional das Forças Armadas. Ele enfatizou a importância de uma depuração, punição dos responsáveis e a diferenciação entre erros individuais e a instituição como um todo.

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