Em mensagem no WhatsApp, Bolsonaro dá pistas das razões pelas quais fecha com Putin e é pró-Rússia: seria a “Nova Ordem Mundial”
Mensagem revelada por Lauro Jardim, de O Globo, fala de “Nova Ordem Mundial” anticomunista, tese de Olavo de Ca
rvalho e de guru de Vladimir Putin
Por Luís Costa Pinto, do 247 – Abusando de seu estilo bronco de falar aos solavancos, que se reflete na forma como escreve, Jair Bolsonaro usou o aplicativo WhatsApp para dirimir as dúvidas sobre o lado para o qual torce na guerra da Ucrânia, desencadeada a partir das agressões e invasões russas ao território ucraniano. No texto, revelado em nota da coluna do jornalista Lauro Jardim na página do jornal O Globo, ele deixa claro ainda os motivos da preferência pela Rússia e de uma vitória de Vladimir Putin no conflito que o líder autocrata russo iniciou há uma semana com os primeiros bombardeios.
“O comunismo tem outro nome, se chama Progressismo e seu berço é a Europa”, escreveu Bolsonaro a alguns de seus seguidores numa postagem que tinha até título: “A única verdade”. É, na verdade, uma coleção de besteiras desconexas. Todas elas costuradas com advertências meio apocalípticas. Nele, lê-se que a “a Nova Ordem Mundial”, reduzida a “NOM”, teria por objetivo fazer com que “imperialistas” abrigados nos EUA e na Europa governassem todo o resto do mundo – o Brasil ocuparia o lugar de “horta”, segundo ele – e somente Rússia, China e a Liga de Países Árabes estivessem de fora desse arranjo.
Os delírios bolsonaristas, saídos do WhatsApp do próprio Bolsonaro, segundo o colunista de O Globo, bebem nas fontes de maluquices professadas confessamente por Olavo de Carvalho (morto em janeiro nos Estados Unidos) e pelo cientista político russo Alexander Durgin, guru de Putin (ou, por outra, uma espécie de neo-Rasputin do autocrata abrigado no Kremlin). São ideias e conceitos tresloucados que encontram simpatia na extrema-direita brasileira e, também, em alguns núcleos da extrema-esquerda local. A mensagem de WhatsApp reforça a sensação de que a aposta na radicalização ideológica, com o uso da guerra da Ucrânia, será arma eleitoral lançada mão à farta por Bolsonaro
