O MST FAZ EXPOSIÇÃO DO QUE PRODUZ
Se fizeram uma enquete sobre a imagem do MST entre os brasileiros, se chegará, facilmente, à conclusão que o movimento não é alvo de simpatias. Muito pelo contrário. Para piorar as coisas, anunciaram um abril vermelho, que seria marcado por invasões ou ocupações, como preferem, e isso felizmente não ocorreu, embora João Pedro Stédile , um dos lideres do movimento, tenha dito que Lula está muito tímido em relação ao processo de avanço da reforma agrária, que ele entende deve ocorrer através das ocupações.
Parece que nem enxergam o atual cenário político-ideológico do país, onde a polarização recomenda andar com as devidas cautelas.
Mas a feira do MST que se realiza no Parque de Agua Branca em São Paulo, onde se fazem grandes eventos do agronegócio, mostra ao país uma face do movimento tido apenas como um “ derrubador de cercas “. É fato que muitas cercas já foram derrubadas, mas isso deve ser coisa do passado, e é fato, também, que para mostrar o cnceito da “ intocabilidade “ de terras extensas e sem uso, era preciso forçar a barra para que surgisse a esquecida concepção da utilidade social. Isso já foi feito.
Na Água Branca esteve hoje, sexta- feira, 12, o Ministro da Fazenda em exercício Gabriel Galípolo . Ele estive antes com os agentes financeiros da Faria Lima e foi ver um cenário de trabalho e produção, o resultado concreto daqueles que dormiram até anos a fio em barracos à beira das estradas, e depois ganharam a posse de pedaços de terra. E hoje neles trabalham e produzem. Na Agua Branca, uma feira que há três anos não se realizava estão os frutos da terra, aqueles mais diretamente ligados à agricultura familiar, que são os presentes em todas as mesas.
Sergipe se fez presente, foram transportados em alguns caminhões as amostras do que aqui se produz nos assentamentos, inclusive a nossa sergipaníssima farinha de mandioca, o produto de maior sucesso, pela qualidade que o torna especial, entre tantos outros.
Lá acontece uma sucessão de shows com artistas que não se separam das causas populares, e entre eles uma sergipana, Val Santos, professora de arte em Canindé do São Francisco, que deverá ser, em outro gênero de música, um próximo sucesso a ser revelado ao país, tal como agora fazem os irmãos Iguinho e Lulinha. Eles eram meninos pobres, saídos do pobre povoado de Curituba, onde as cantorias dos vaqueiros foram os primeiros sons que ouviram na casa em que ensaiavam o pai e um tio, a dupla de repentistas, na qual se miraram , aprenderam, e se fizeram artistas.
LUIZ EDUARDO COSTA