Retrospectiva do Fluminense: volta à Libertadores, recordes de Fred e vantagem nos Fla-Flus em 2021
Ano tricolor é marcado por duas classificações para a competição continental, melhor retrospecto em clássicos desde 1950, recorde de pênaltis cometidos e “climão” e lua de mel com torcida
O Fluminense não conquistou títulos neste ano. Porém, 2021 não deixou de ser marcante para o clube e para a torcida. Na temporada que marcou o retorno do clube para a Libertadores após oito anos, os tricolores puderam presenciar recordes do ídolo Fred, tiraram onda com o melhor retrospecto sobre o arquirrival Flamengo e, após altos e baixos no Brasileirão, comemoraram mais uma vaga na competição continental. Com direito a bela festa no Maracanã com a volta do público.
Relembre os principais momentos do Fluminense em 2021:
Campanhas
Brasileirão: 7º colocado (classificado para a Pré-Libertadores)
Libertadores: Quartas de final
Copa do Brasil: Quartas de final
Estadual: vice-campeão
Retorno à Libertadores
Muitos podem até ter esquecido, mas o ano de 2021 começou ainda com 11 rodadas a se disputar do Campeonato Brasileiro de 2020 em razão da paralisação das competições no ano passado pela pandemia de coronavírus. Com Marcão no lugar de Odair Hellmann, o Flu fez um bom fim de Brasileirão e assegurou a vaga direta na Libertadores, voltando à competição após oito anos.
Já com Roger Machado como técnico, o Tricolor fez uma campanha com emoção na fase de grupos. Classificou-se em primeiro em um difícil grupo, com direito a vitória épica sobre o River Plate no Monumental na rodada final.
Yago bate para fazer o terceiro do Fluminense na vitória sobre o River Plate pela Libertadores — Foto: Lucas Merçon FFC
Yago bate para fazer o terceiro do Fluminense na vitória sobre o River Plate pela Libertadores — Foto: Lucas Merçon FFC
Após passar com facilidade pelo Cerro Porteño nas oitavas, o Flu acabou caindo nas quartas diante do Barcelona de Guayaquil em seu pior momento na temporada. A eliminação custou o cargo de Roger.
Mastriani comemora gol contra o Fluminense que garantiu vaga do Barcelona de Guayaquil na semifinal da Libertadores — Foto: Dolores Ochoa-Pool/Getty Images
Mastriani comemora gol contra o Fluminense que garantiu vaga do Barcelona de Guayaquil na semifinal da Libertadores — Foto: Dolores Ochoa-Pool/Getty Images
Novamente sob o comando de Marcão, o Tricolor viveu altos e baixos no Brasileirão, mas com uma sequência de vitórias em casa, conseguiu se classificar mais uma vez para a Libertadores. A vaga, desta vez, não veio diretamente para a fase de grupos, mas para a chamada fase “pré”.
Vantagem em Fla-Flus
Foi um grande ano do Fluminense nos confrontos contra os rivais cariocas. Em 9 jogos contra Flamengo, Vasco e Botafogo, o Tricolor obteve 6 vitórias, 2 empates e perdeu apenas 1 jogo. Aproveitamento de 74,1%, o melhor do clube em um mesmo ano desde 1950.
Contra o arquirrival Flamengo, um retrospecto de respeito. Dos seis Fla-Flus, foram 4 triunfos tricolores, 1 empate e apenas 1 derrota diante da forte e badalada equipe rubro-negra. A vitória solitária do Fla, porém, foi justamente a que decidiu o título carioca para o time da Gávea.
Recordes de Fred
Foi uma temporada especial para o camisa 9, que alcançou diversas marcas ao longo do ano:
Passou dos 400 gols na carreira
2º maior artilheiro da história do Fluminense
2º maior artilheiro da história do Brasileirão
Maior artilheiro da história da Copa do Brasil
2º maior artilheiro brasileiro da história da Libertadores
Passou dos 100 gols em Brasileirões e igualou Pelé como o quarto maior artilheiro de um mesmo clube na competição
Fred, atacante do Fluminense — Foto: Thiago Ribeiro / Agif
Fred, atacante do Fluminense — Foto: Thiago Ribeiro / Agif
E recordes de pênaltis…
O Fluminense amargou uma marca negativa em 2021. O Tricolor cometeu 19 penalidades na temporada, seu recorde no século XXI. Para piorar, 18 cobranças foram convertidas e apenas uma defendida por Marcos Felipe, goleiro em 17 dos pênaltis (Muriel estava no gol em outras duas).
Marcos Felipe, do Fluminense, não consegue defender o pênalti de Jô, do Corinthians — Foto: André Durão
Brilho dos Moleques de Xerém
Foi, mais uma vez, um ano de brilhos de Moleques de Xerém. No 1º semestre, Kayky, já negociado com o Manchester City, se destacou no Carioca e na fase de grupos da Libertadores, porém acabou indo mais cedo para o clube inglês.
Os três grandes destaques da base foram Luiz Henrique, Martinelli e André. O atacante mostrou amadurecimento, tornou-se peça importante na equipe e marcou belos e importantes gols ao longo do ano.
Luiz Henrique comemora seu gol em Fluminense x Criciúma, pela Copa do Brasil — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
Martinelli, por sua vez, fez mais um ano sólido, apesar de não ser titular durante parte da temporada.
Já André, de quase emprestado para CRB e Botafogo, agarrou a oportunidade, tomou conta do meio de campo tricolor e terminou ano eleito merecidamente como “Revelação do Brasileirão”.
Patrocínio master, salários em dia…
Foi um bom ano fora dos campos para o clube. Em 2021, o Fluminense voltou a ter um patrocínio máster após três anos. Em junho o clube anunciou a Betano, empresa internacional do ramo de apostas online, para ocupar o espaço mais nobre do uniforme tricolor.
Fred posa com a camisa do Fluminense com a marca da “Betano” — Foto: Divulgação / Fluminense
A diretoria comandada pelo presidente Mário Bittencourt também conseguiu colocar em dia os salários de jogadores e funcionários, o que era um problema crônico do clube desde gestões anteriores. Nos tribunais houve muitas penhoras, mas também vitórias, como a decisão para centralização das ações cíveis e trabalhistas, o que promete desestrangular o fluxo de caixa do clube nos próximos anos.
Do climão à lua de mel com a torcida
E 2021 marcou também a volta dos públicos aos estádios. O reencontro dos torcedores com o time não foi como o esperado. Derrota para o Fortaleza no Maracanã por 2 a 0. No jogo seguinte, empate sem gols com o Atlético-GO e vaias. Uma vitória no Fla-Flu arrefeceu os ânimos.
Mas no jogo seguinte contra o Sport, houve um “climão” entre torcida e jogadores.O Flu marcou o gol da vitória nos acréscimos e os jogadores, incomodados com as vaias nos minutos finais, não foram até as arquibancadas saudarem a torcida – o que rendeu muitas críticas.
Porém, a crise foi rapidamente contornada. O Tricolor venceu as quatro partidas seguintes no Maracanã. E no último jogo do ano, contra a Chapecoense, os tricolores quase bateram o recorde de público do estádio, fizeram uma bela festa e comemoram a classificação para a Libertadores. Festa que só não foi completa porque um gol do Bragantino sobre o Inter após o apito final tirou o Flu da fase de grupos e jogou para a fase “pré”.