Deputado João Daniel critica interferência e cortes no Enem

Às vésperas da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece nos próximos dois domingos, os estudantes e todos os brasileiros foram surpreendidos por denúncias de servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) de ingerência e pressões sobre as questões que irão compor a prova deste ano, e por isso teriam pedido demissão dos cargos de chefia que ocupavam. O deputado federal João Daniel (PT/SE) fez discurso na sessão da Câmara nesta quinta-feira, dia 18, para repudiar toda essa situação que atinge a juventude brasileira que vem se preparando para prestar o exame, que é uma importante conquista estudantil como política de acesso ao ensino superior.

Para ele, o governo Bolsonaro, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e sua tropa não querem que a juventude trabalhadora vá para as universidades. O parlamentar observou também a falta de acesso para que os jovens participem do Enem, ao ressaltar que este ano só 3,1 milhões de pessoas se inscreveram para as provas, quando nos governos do Partido dos Trabalhadores esse número chegava a quase 9 milhões.

Recentemente, em audiência pública realizada na Câmara, o próprio presidente do Inep, Danilo Dupas, admitiu que “é comum que, durante a montagem da prova, tenha itens que são colocados e que são retirados”. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo de ontem, Dupas teria excluído 24 itens da prova deste ano, sob alegação que seriam assuntos “sensíveis” – o que confirmaria a intervenção do governo para um suposto ajuste ideológico. O próprio presidente Jair Bolsonaro declarou, na última segunda-feira, dia 15, que as questões do exame não podem repetir “absurdos” dos anos anteriores e que a prova deste ano terá “a cara do governo”.

Na avaliação de João Daniel, a crise do Inep é a demonstração de que existem homens e mulheres honrados que não se prestam a destruir programas, que não querem servir a um governo que tem como grande objetivo destruir as universidades, destruir o conhecimento e o ensino de nível superior.

 

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